Medicina na Uneb tem 137 candidatos por vaga

Enquanto concedia entrevista ao CORREIO, a estudante Bruna Rodrigues de Santana Pisaneschi, 19 anos, solucionava questões de Química. Em 20 minutos de conversa por telefone, resolveu 10 questões de estrutura atômica.

Tanta dedicação aos estudos não é à toa. Bruna se prepara para encarar as provas da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), o maior vestibular do estado,  que está marcado para os dias 13 e 14 deste mês e tem 41,3 mil inscritos.

A jovem quer entrar no curso de Medicina, o mais concorrido do concurso. São 137,53 candidatos disputando cada uma das 30 vagas. O curso de Direito, o segundo colocado, tem menos da metade dos concorrentes de Medicina (57,24 candidatos por vaga). Na terceira posição está Engenharia de Produção Civil, com 47,53 inscritos por vaga.

Bruna tentou Medicina na Uneb duas vezes (2011 e 2012), sem sucesso. Apesar da concorrência deste ano, não se sente desencorajada. Ex-aluna da rede pública, em Camaçari, dedica 13 horas e meia do dia aos estudos. Hoje mora em Feira de Santana. Pela manhã, às 7h30, já está debruçada sobre os livros e módulos.

Às 11h30, toma banho e segue para um cursinho, onde tem aulas das 13h30 às 18h30. “O curso que eu faço é dedicado às provas da Consultec, que elabora as questões da Uneb”, aponta. Em casa, depois de um café, retoma a maratona das 20h até as 23h30. “Essa é a minha rotina de segunda a sábado. No domingo, ainda mantenho o ritmo até o final da tarde. À noite, descanso depois de uma semana de maratona”. Mas nem só de força de vontade e dedicação vive um vestibulando. Planejamento estratégico é fundamental. Bruna dedica mais tempo às matérias específicas (Biologia, Química e Física), mas não esquece das outras áreas. “Todo mundo que quer entrar em Medicina vai estudar Biologia, por exemplo. Mas não posso deixar de lado as matérias de humanas, como História e Geografia, porque são o diferencial”, acredita.

A cada dia da semana, Bruna estuda duas matérias. “Como as específicas são em menor quantidade (três), acabo pegando nelas mais vezes”, explica a candidata. Bruna diz que tem facilidade de aprendizado e por isso  dispensa alguns métodos que muitos candidatos costumam aplicar em casa. “Não sou de gravar fórmulas, e sim de aprendê-las dentro do contexto do assunto”. A estudante revela que, atualmente, só faz revisão dos assuntos. “O que tinha que aprender, já aprendi”.

Também inscrita para o curso de Medicina na Uneb, Luana Pereira Maia, 20, já tentou passar três vezes (2010, 2011 e 2012). Insistente, ela conta que, no início, não se dedicou como deveria. “Só depois que não passei caí na real. Então, comecei a estudar como uma condenada”, diz Luana, que estudou em um colégio particular de Brotas. Correio