O que é Pé Diabético

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O pé diabético é uma das complicações crônicas que atingem os pacientes diabéticos. Acomete os membros inferiores. Entre 5 a 10% dos pacientes diabéticos são portadores de úlceras nos membros inferiores. É também a causa mais comum de internação de pacientes diabéticos.

Diabéticos, geralmente os descompensados, são pacientes que enxergam mal, devido à retinopatia diabética, também possuem neuropatia, ou seja, deficiência na sensação de dor, não percebendo uma lesão grave (ferida/úlcera) no pé ou inchaço de membros inferiores, podendo piorar a situação. Geralmente possuem doença arterial associada (“mal circulação”), que dificuldade de combate a infecção, podem apresentar deformidades osteoarticulares e, também doença nos rins e coração. Todos esses fatores agravam o quadro.

O controle da diabetes é importante?
Sim, ficou comprovado que uma queda nas taxas de hemoglobina glicosilada e, esta é utilizada exatamente para medir o controle da diabetes no paciente e orientado pelo especialista.

Quem é o médico especializado no tratamento do pé diabético?
Por ser um problema muito comum, vários especialistas em diversas áreas estão aptos a seguir um tratamento, porém, o Cirurgião Vascular é o recomendado, juntamente com Endocrinologista e outros especialidades conforme patologias associadas.

O que se sente?
– Desaparecimento ou diminuição dos reflexos do tendão, das rótulas e do calcanhar são frequentes; – Diminuição na sensibilidade de temperatura, dor e áreas de anestesia explicam as lesões;
– Mau cheiro exalado pela gangrena diabética;
– Extremidades frias e pálidas.

Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito pela história clínica (anamnese) e pelo exame físico da lesão por um médico competente. A lesão, quando avançada, geralmente é indolor, porém, extensa e de odor extremamente desagradável devido à necrose úmida que provoca.

Como é feito o tratamento?
É imprevisível a evolução das lesões nos diabéticos, particularmente quando se associam à polineuropatia, à vasculopatia e às infecções.

É necessário o controle rigoroso da glicemia através da dieta e de insulina ou hipoglicemiantes orais, bem como da limpeza diária e tratamento precoce das lesões o mais imediato possível.

A cirurgia arterial direta, a simpatectomia, o desbridamento das lesões e até a amputação são possibilidades que podem ser indicadas pelo Médico.

O que mais podemos fazer para evitar ?

Todo paciente diabético deve sempre:
– Mesmo um pequeno trauma deve ser avaliado por um Médico;
– Informar sempre seu Médico que é diabético, principalmente em situações como num pronto socorro;
– Lavar os pés e dedos diariamente e secar cuidadosamente, principalmente entre os dedos. É muito importante secar bem os pés após o banho ou nadar. O uso de talco ou de hidratante deve ser orientado pelo Médico;
– Crie o hábito de examinar os pés diariamente a procura de: Lesões, cortes, bolhas, calosidades e possíveis áreas de infecção. Olhe sempre entre os dedos. Se não conseguir fazer essa inspeção sozinho, peça ajuda de alguém;
– Nunca utilize bolsa de água quente ou compressas quentes nos pés. Se sentir frio, utilize meias grossas de algodão;
– Evite extremos de temperatura nos pés. Teste a água do banho com as mãos e/ou cotovelos e cuidado com o chão quente no verão: fique atento ao asfalto, areia da praia e calçada;
– Examine seus sapatos todos os dias à procura de objetos que possam ferir, como pedrinhas, pedaços de unha, extremidades ásperas, forro rasgado, palmilha dobrada e outros;
– Mude as meias todos os dias e evite meias remendadas, furadas ou grandes demais. Use as meias do avesso, ou seja, com a costura para fora e não para dentro;
– Use sapatos confortáveis, de tamanho adequado, tome cuidado para que não sejam apertados, prestando muita atenção com sapatos novos;
– Não utilize sapatos sem meias. Use meias de boa qualidade e evite as de elástico apertado. Nunca utilize a mesma meia do dia anterior, pois pode haver presença de fungos, capazes de desencadear micoses e doenças da pele;
– Não utilize fita adesiva, esparadrapo ou qualquer outra no pé;
– Não use sandálias com tiras entre os dedos;
– Não deixar os pés mergulhados na água;
– Evite andar descalço mesmo dentro de casa e se o fizer, muito cuidado com pedras, parafusos, pregos, vidro e qualquer peça pequena que possa machucar;
-Não use produtos químicos para retirar calos, muito menos com objetos cortantes. Procure sempre um -Médico, ou Podólogo especializado e enfatize que é diabético;
-Corte as unhas com muito cuidado e de modo reto, sem fazer pontas afiadas nos cantos das unhas. — — Cuidado para não se ferir. Em caso de unha encravada, procure seu Médico;
– Não fume;
– Procure um Médico se achar que há algo errado com seus pés;
– Procure consulta em grupos de atendimento específico para diabéticos, frequente pelo menos uma vez por ano;
– É melhor prevenir do que remediar;
– Compre sapatos na parte da tarde, quando os pés estão mais inchados, para não correr o risco de comprar sapatos que irão apertar depois.

Dr. Marcos Ricardo de Figueiredo Cirurgião Vascular
Dr. Marcos Ricardo de Figueiredo
Cirurgião Vascular