O governo federal vai contratar uma empresa para realizar estudos sobre nova transposição das águas do Rio São Francisco para o semiárido baiano. A informação foi do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e a licitação deve sair ainda no primeiro trimestre.
O canal do Eixo Sul, que poderá ter entre 500 e 600 quilômetros de extensão e, segundo o ministro, partirá no Lago de Sobradinho, e poderá chegar até “os contornos da Região Metropolitana de Salvador”, passando por todo o semiárido baiano.
Segundo o ministro, com o novo eixo, as águas do São Francisco serão levadas para a bacia do Rio Paraguaçu, que corta o estado e abastece a Grande Salvador. Anteriormente, o eixo Sul previa apenas a perenização dos rios Itapicuru e Vaza Barris.
Bezerra disse que recebeu orientação da presidenta Dilma Rousseff para contratar os estudos e que entre quatro e seis meses deverá estar selecionada e contratada a empresa que prestará o serviço para elaboração dos projetos básico e executivo, e do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto do Meio Ambiente (EIA-Rima). Esses estudos levaram de 18 a 24 meses para a conclusão.
“Nós queremos que a decisão para a construção do Eixo Sul possa ser tomada ainda neste primeiro mandato da presidenta Dilma, tendo todos elementos para a tomada de decisão”, afirmou Fernando Bezerra. A elaboração dos projetos e do EIA-Rima ajudará a definir o percurso do canal e para definição do custo da obra.
A TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO CHEGA AO SEMIÁRIDO BAIANO
O anúncio de que a presidente Dilma Rousseff autorizou a contratação de estudos para levar a transposição do Rio São Francisco para o semiárido baiano é da maior importância para o estado e já deveria ter sido motivo de pleito dos políticos baianos.
A Bahia possui o maior território do Nordeste sujeito a secas. Cerca de 2/3 do semiárido nordestino está na Bahia e nesta área vivem mais de quatro milhões de baianos. O semiárido baiano é tão grande que nele cabem dois estados do Ceará e aí vivem milhões de baianos que não têm acesso à água, seja para consumo humano ou irrigação.
Assim, está na hora de a Bahia ter a sua transposição do Rio São Francisco. A implantação de mais um canal, o chamado eixo Sul, já previsto anteriormente, e que levará a água para o semiárido baiano não deve ser, no entanto, motivo para a elaboração de um projeto megalomaníaco.
O anúncio que a transposição chegaria ao Rio Paraguaçu causa espécie já que o fundamental nesse caso seroa a perenização do Rio Itapicuru e Vaza Barris, numa das regiões mais secas da Bahia e onde milhares de pessoas dependem de carros-pipas para não morrer de sede na época da seca.
De todo modo, os estudos deverão dizer qual o traçado mais adequado e, qualquer que seja ele, o custo da obra será expressivo, mas inferior à metade do que se gasta hoje com a implantação dos dois eixos que estão em construção.
A Bahia precisa se unir em torno desse projeto. Se ele sair, o povo do sertão da Bahia vai agradecer penhoradamente a presidente Dilma Rousseff.
Fonte: Municipios Baianos