Espanhóis criam córnea artificial com baixo risco de rejeição

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Pesquisadores do Hospital San Cecilio, em Granada, na Espanha, anunciaram o início de ensaios clínicos para a implantação de córneas artificiais em pacientes que apresentem opacidade ou danos graves neste tecido.

As córneas artificiais podem ser aplicadas através de procedimentos pouco invasivos e não provocam problemas de compatibilidade e rejeição.

O ensaio anunciado será feito em cinco centros médicos da comunidade autónoma de Andaluzia, além do hospital já referido, e conta com a participação de 20 pacientes.

A córnea é a estrutura transparente que se encontra no exterior do olho. Além de proteger a íris, tem também a função de focar as imagens na retina. Se ocorrerem alterações na sua estrutura, há imediatas consequências na qualidade da visão.

A equipe de pesquisa fabricou córneas artificiais obtendo células estaminais de uma córnea extraída de um doador falecido, mais propriamente células do epitélio e do estroma.

As células foram então cultivadas com uma matriz de biomaterial concebida pelo grupo de engenharia de tecidos da Universidade de Granada para ser possível gerar uma córnea igual à do olho humano.

“O tecido criado em laboratório é colocado, como uma gaze, tapando o olho doente do paciente, para favorecer a regeneração de todo o tecido danificado”, explica José Luis Garcia, diretor da unidade de gestão clínica de oftalmologia do Hospital San Cecilio.

Em casos muito graves, as terapias atuais são os transplantes de córnea de cadáveres ou o implante de acrílico. No entanto, estas técnicas apresentam alguns problemas, entre os quais o risco de rejeição.

Uma das principais vantagens da nova técnica agora é a possibilidade de criar 20 córneas artificiais a partir de apenas uma doada.

Além disso, o risco de rejeição é muitíssimo inferior. Isto porque as córneas criadas em laboratório não têm células endoteliais, uma das três camadas da córnea, que são as que provocam 99% das rejeições.

Fonte: Isaude.ne