UE lança operação naval contra traficantes de pessoas no Mediterrâneo

Foto: Marina Militare
Foto: Marina Militare
Um mês após o naufrágio que causou a morte de 800 pessoas no Mediterrâneo, a União Europeia (UE) oficializa nesta segunda-feira (18) uma operação naval para impedir a atividade dos traficantes de pessoas que exploram a situação dos imigrantes que querem chegar à Europa. A missão inédita vai implicar o destacamento de navios de guerra e aviões de vigilância dos exércitos europeus para a costa da Líbia, que se tornou a mais importante plataforma de tráfico de pessoas. A EU foi acusada de passividade ou indiferença sobre o caso e ficou sob pressão à medida que se intensificam os dramas da imigração no Mediterrâneo.
Foi o naufrágio da noite entre 18 e 19 de abril, na costa da Líbia, que causou a morte de 800 pessoas, que motivou os governantes europeus a agir. Somente nos 5 primeiros meses deste ano, o  fluxo de imigrantes nas águas do Mediterrâneo já é mais forte que em 2014: em um só dia, 2 mil pessoas foram resgatadas, no dia 14 de maio, em uma dezena de operações coordenadas pela Guarda Costeira italiana. Reunidos em caráter de emergência no dia 23 de abril, os dirigentes da UE pediram que fosse organizada uma operação para “capturar e destruir as embarcações” de contrabando da Líbia antes que pudessem ser utilizadas para transporte de imigrantes. Foi também decidido reforçar os meios das missões de vigilância e salvamento no Mediterrâneo da Frontex, a agência encarregada das fronteiras exteriores. A missão naval foi condenada pelas organizações não governamentais, que consideram que apenas vai resultar em desvio das rotas pelos traficantes. De acordo
com a Agência Lusa, o procurador siciliano Giovanni Salvi, que combate os traficantes de pessoas, se mostrou cético: destruir os barcos de pescadores líbios pode colocar a população contra os europeus, alertou.
Fonte: Bahianoticas