Concebida para ser o carro-chefe da programação da emissora, a teledramaturgia tem trazido inúmeras dores de cabeça para a Record, que vem reduzindo seus investimentos no setor.
O principal motivo do declínio é a baixa audiência das novelas da Casa, mas o déficit financeiro também é um grande problema e pode levar a emissora a uma atitude radical. Segundo o jornalista Daniel Castro, o RecNov, gigantesco complexo de estúdios da Record, está sendo posto à venda pela emissora.
Ainda segundo Castro, a teledramaturgia custaria à Record R$ 400 milhões anuais, mas só estaria lucrando R$ 100 milhões durante o mesmo período, gerando um gigantesco prejuízo. Com a maioria de seus estúdios paralisada, o RecNov se tornou uma despesa desnecessária e estaria sendo colocado à venda por pouco mais de R$ 300 milhões.
Castro afirma que a Record teria oferecido o RecNov à rede mexicana Televisa, que não se interessou pela transação. “Vitória” e “Os Dez Mandamentos” — folhetim bíblico com estreia prevista para o ano que vem — deverão ser as últimas novelas a serem produzidas no RecNov, a menos que a audiência de outrora (médias acima dos 10 pontos) retorne à Casa.
FIM DOS ESTÚDIOS, MAS NÃO DAS NOVELAS
Ainda que a venda do RecNov se concretize, este não será o capítulo final da teledramaturgia da Record. De olho nos bons resultados de suas minisséries bíblicas, a emissora deve optar por terceirizar o setor, o que baratearia o custo das produções em até 35%.
Seriados, minisséries e novelas continuariam a ser exibidos pela emissora, que os produziria em parceria com produtoras independentes.
