“A Secretaria da Educação do Estado da Bahia informa que em 2021 foram registradas 10.464 matrículas de estudantes oriundos de escolas particulares na Rede Estadual de Ensino”, informou em nota a Secretaria Estadual da Educação. Segundo a pasta, mesmo com a demanda, o Estado garante vagas para todos os cidadãos que solicitarem matrícula nas escolas públicas.

Em entrevista à Tribuna da Bahia, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação da Bahia (APLB), Rui Oliveira, disse que essa migração é resultado do desemprego que atinge a população. O levantamento mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que existem 12,9 milhões de brasileiros desempregados.

“É uma movimentação normal, pois o país está em crise e muita gente está desempregada. As pessoas que estavam com os filhos matriculados nas escolas particulares tiveram que migrar para a rede municipal e também estadual. Muitas avaliaram o ensino remoto e viram que não iria mudar muita coisa e aí preferiram tirar o filho da escola particular e colocar na pública. Nada mais natural”, avaliou Rui Oliveira.

No município

E a migração ocorre também para o ensino público municipal. Como mostramos em matéria publicada neste mesmo jornal. O número de alunos de escolas particulares que migraram para as redes públicas de ensino aumentou de forma considerável neste ano em Salvador. Conforme balanço da gestão municipal, ao menos 20 mil alunos saíram da rede particular para pública em 2021.

“Os filhos e filhas de mães e pais que estão sem renda, que perderam o emprego e não tem condições de pagar uma mensalidade estão recorrendo ao serviço público”, afirmou em coletiva recente o prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM). (Por Davi Valadares/ trbn)