Soldado Prisco continua em prisão domiciliar mesmo após ser eleito

PRISCO

Previsto para acontecer ontem no Supremo Tribunal federal (STF), o julgamento do pedido de habeas corpus feito pelo vereador Marcos Prisco (PSDB), eleito o terceiro deputado estadual mais votado na Bahia, foi adiado por não ter entrado na pauta do STF.

O soldado Prisco, que esteve à frente da Associação dos Policiais e Bombeiros Militares (Aspra), permanece em prisão domiciliar desde o dia 03 de junho deste ano, conforme decisão da Justiça Federal no final de maio. Ele não pode estar fora de sua residência após as 20 horas de segunda-feira à sexta-feira, e em qualquer horário do dia aos sábados, domingos e feriados.

Antes da prisão domiciliar, Prisco cumpriu 47 dias de prisão preventiva na Penitenciária de Papuda, no Distrito Federal. Ele foi preso no dia 18 de abril deste ano,depois do encerramento de um movimento grevista da polícia baiana. A prisão foi imposta pela Justiça por conta da liderança exercida por ele na greve da Polícia Militar na Bahia em 2012.

“O parlamentar, desde o dia 05 de outubro deu início à nova fase do projeto político, voltada a defender os intersses dos eleitores na busca por leis que visem a melhortia da segurança pública”, explicou o advogado Leronardo Mascarenhas, que viajou à Brasília para acompanhar o julgamento.

Pelo telefone, o deputado estadual eleito se mostrou abatido com o adiamento do julgamento, cuja nova data ainda não foi estabelecida, mas garantiu que não se surpreendeu. “Aguardado a decisão com paciência apesar de viver  uma instabilidade emocional muito grande com minha família. Eles não moram na capital. Tenho uma filha de sete anos e um outro de 12 e não posso visita-los a noite. Mas acredito que esse julgamento deve ocorrer logo, pois minha prisão não tem justificativa. A paz foi estabelecida na Bahia assim como a ordem pública”, disse o soldado, se referindo aos motivos que levaram à sua prisão ser decretada.

Segundo Prisco, o presidente do STF Ricardo Lewandowski negou, em junho, o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) de manter a prisão por não haver mais motivos. “O próprio presidente do STF já considerou dessa forma. Agora, é só aguardar. Minha prisão teve motivação política. Respeitaremos o julgamento do STF. Agora, a luta é por melhorias na tribuna, durante as sessões plenárias previstas, constitucionalmente, aos parlamentares”, acrescentou.

O ex-presidente da Aspra, e soldado da PM, foi eleito com 108.041 votos. Na Assembleia Legislativa da Bahia, ele garante que defenderá as bandeiras da segurança pública e da educação. “Esta foi a bandeira que eu defendi e lutei minha vida toda. Por isso tive esta expressiva votação”, defendeu.

Entre janeiro e fevereiro de 2012, a Bahia viveu uma extensa greve da Polícia Militar que levou medo e pavor à população. Sob o comando do movimento grevista estava o soldado Marcos Prisco, que garante que sua posição na liderança era apenas de reivindicar os direitos dos trabalhadores. Em 2013, um outro movimento grevista foi iniciado em abril, e finalizado no dia 17 de outubro. No dia 18 a prisão do vereador foi decretada. Para ele, foi perseguição política.TRIBUNADABAHIA.COM