A PAAF de mama (FNA– do inglês Fine Needle Aspiration; em português PAAF- Punção Aspirativa por Agulha Fina) é a introdução de uma agulha fina em lesões palpáveis ou não da mama, para a retirada de material (células). É realizada por um médico (clínico geral, ginecologista, radiologista/ultrassonografista, mastologista, cirurgião, patologista), preferencialmente com o auxílio de um aparelho de ultrassom para posicionar a agulha, em clínicas ou consultórios, sem necessidade de internação hospitalar. Após retirado, o material segue para análise e estudo pelo médico patologista(Fig. A). Poucas são as situações em que o procedimento diagnóstico por PAAF não pode ser utilizado como definitivo e é possível que a PAAF substitua a biópsia cirúrgica para diagnóstico na maioria das lesões de mama, palpáveis ou não, por apresentar menor custo, facilidade de realização, menor trauma e ótima relação custo/benefício.
O tratamento definitivo (cirurgia ou outros) pode ser estabelecido quando se obtiver resultado positivo de malignidade no material de PAAF, corroborado pelos métodos de imagem (Fig.B) e a clínica.
A porcentagem de verdadeiro-positivos (proporção de câncer detectado pela citologia e confirmado pela biópsia cirúrgica) está em torno de 98%, de acordo com a literatura, chegando a 100%. Os resultados na prática diária são similares, mostrando que a PAAF é um método diagnóstico aceitável, de menor custo e reproduzível.
Ainda assim, uma pequena porcentagem das citologias de PAAF de mama podem ser falso-positivo (resultado de maligno em lesão benigna) ou falso-negativo (resultado de benigno em lesão maligna).
O que pode causar um diagnóstico de falso-positivo na PAAF de mama?
Alterações benignas próprias da idade, aumentos mamários durante a gravidez e amamentação, fibroadenomas (tumores benignos), cirurgia prévia, processos inflamatórios, entre outros, podem causar confusão na citologia, sendo estes processos muitas vezes diagnosticados como “suspeito para malignidade” ou “indeterminado”. Isto indica que o exame de PAAF não deve ser utilizado sem corroboração de exames de imagem e exame físico no diagnóstico de malignidade.
O que pode causar um diagnóstico de falso-negativo na PAAF de mama?
Tumores malignos muito endurecidos podem ser falso-negativos por providenciar pouco material a ser examinado (dificuldade de realizar a punção); tumores muito pequenos, manipulação cirúrgica prévia e alterações degenerativas junto a áreas de câncer também podem levar a um diagnóstico de falso-negativo.
De fato, os resultados do exame citológico por PAAF de lesões de mama são suficientes para o diagnóstico da maioria dos casos de câncer mamário inicial.
A combinação de exame físico, achados radiológicos (mamografia, ultrassonografia) e estudo da citologia por PAAF mostra-se muito eficaz em diagnósticos de lesões de mama, provando ser esta uma técnica de excelente custo/benefício quando comparada à biópsia cirúrgica (que necessita de internação e anestesia, aumentando os riscos e custos do procedimento).
É necessário, portanto, interação entre clínico / ginecologista / mastologista com o radiologista e o patologista para fazer da PAAF um excelente e atual método diagnóstico para lesões de mama.
Por saudeatual