Oi anuncia ao mercado intenção de comprar a TIM

 

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Para além das lamúrias de que o negócio telecom no Brasil é menos rentável que por aí afora, as empresas estão demonstrando vitalidade ímpar. O sinal mais claro é que, às vésperas de um leilão onde vão desembolsar, no mínimo, R$ 3 bilhões cada, as teles e suas controladoras flertam com a consolidação. Até a mais endividada das operadoras nacionais quer comprar a TIM.

A própria Oi deu o recado. Na noite de terça, 26/8, comunicou ao mercado que “assinou contrato com o Banco BTG Pactual S.A. para (…) por conta e ordem da Oi, desenvolver alternativas para viabilizar proposta para a aquisição da participação detida indiretamente pela Telecom Italia SpA na TIM Participações S.A.”.

A notícia chega a tempo de dar mais molho a uma reunião do conselho da Telecom Italia prevista para esta quarta. O encontro foi marcado para a discussão de outra batalha – a briga dos italianos com os espanhóis da Telefónica pelo controle de outra empresa brasileira, a GVT, controlada pela francesa Vivendi.

Um movimento pela compra da TIM, notadamente agora que a Telefónica parece resignada a não ficar com a concorrente, faz sentido para a Oi do ponto de vista de mercado. Embora seja a maior operadora fixa do país, é a menor das móveis. A dúvida, porém, é se há fôlego.

A TIM vale quase R$ 20 bilhões e tem baixo endividamento – algo próximo de R$ 1 bilhão. A Oi, envolvida em um tumultuado casamento com a Portugal Telecom, vale bem menos, cerca de R$ 12 bilhões. Mas o complicador é o rombo: a ‘supertele’ brasileira tem dívidas da ordem de R$ 46 bilhões.

GVT

Ainda assim, o sinal da Oi põe mais tempero nas negociações paralelas. Como mencionado, os italianos devem aprovar nesta quarta uma proposta entre 7 e 8 bilhões de euros pela GVT – algo como R$ 21 bilhões – além de dar à dona Vivendi uma participação entre 15% e 20% no capital da Telecom Italia. Mas dificilmente o novo interesse passará desapercebido.

De sua parte, a Telefónica também já prepara uma contraoferta pela mesma GVT – no que, no fundo, é um movimento semelhante à tentativa de tirar a TIM do mercado, mas que acabou bloqueado pelo Cade, o órgão antitruste brasileiro. Também na terça, os espanhóis aprovaram a possibilidade de aumentar a proposta pela GVT, indo aos 8 bilhões de euros (cerca de R$ 23 bilhões).

Os movimentos se dão na véspera da reunião do conselho da Vivendi, prevista para esta quinta, 28/8. A empresa vai avaliar as propostas apresentadas, mas é bem possível que as compradoras interessadas apresentem novas ofertas durante as discussões.