Cansansoense presidente de Associação de Nordestinos em São Paulo repudia preconceito após vitória de Dilma

Vitória de Dilma criou onda preconceituosa de ataques aos nordestinos nas redes sociais

 

Deivide Leme/Tribuna Impressa

Hélio é presidente da Associação Cultural dos Nordestinos de Araraquara e Região (Foto: Deivide Leme/Tribuna Impressa)

A presidente Dilma Rousseff teve 20.176.579 votos no Nordeste e 19.867.894 votos no Sudeste, ou seja, são aproximadamente 300 mil votos de diferença. Mas, mesmo assim, os nordestinos não ficaram livres de ataques preconceituosos nas redes sociais.

Assim que a reeleição foi confirmada, milhares de postagens ofendendo os nordestinos foram publicadas na internet. Relacionando a região com o Bolsa Família, os internautas disseram que os eleitores do Nordeste não gostam de trabalhar e são os “culpados” pela vitória da petista.

Para Hélio Borges, de 40 anos, presidente da Acnar (Associação Cultural dos Nordestinos de Araraquara e Região), todos têm o direito de se expressar, mas por conta do calor do momento, alguns foram infelizes em suas colocações. “Fiquei chateado com os comentários dizendo que o povo elege a Dilma e depois vem para São Paulo em busca de uma vida melhor. Não é bem assim”, avalia.

Hélio acredita que muitos beneficiados pelo Bolsa Família votam na Dilma como uma forma de gratidão por todos os projetos sociais feitos por lá. “Isso não significa que as pessoas não querem trabalhar. Eles tiveram uma oportunidade nunca dada antes. Eu vim para Araraquara em 1989 e fui muito bem recebido, separar o País não é o melhor caminho.” E ele completa. “Eu tenho orgulho de ser nordestino.”

Preconceito

O farmarcêutico Leandro Alves dos Santos, 25, publicou uma mensagem de repúdio aos preconceituosos no Facebook. Isso porque os pais dele são da Bahia e tiveram de sair de lá porque as condições de vida eram muito precárias na época.

“Foram humilhados, sofreram preconceito e ajudaram esse estado a crescer sim, porque a massa trabalhadora é fundamental para o crescimento! Hoje, graças ao PT, praticamente não conheço quem necessite sair da região, e o nordeste nunca cresceu tanto”, escreveu.

O pai de Leandro se mudou para São Paulo na década de 1960 e começou a trabalhar na área metalúrgica. A mãe veio nos anos 70, trabalhar de doméstica. O casal se conheceu na capital paulista. Fonte :araraquara.com

Para denunciar xenofobia e preconceito, entre nos siteswww.safernet.org.br/site/denunciardenuncia.pf.gov.br e cidadao.mpf.mp.br.