Decretada prisão temporária para cantor de rap e pagode

PRESO

Já está custodiado na carceragem da 22ª Delegacia Territorial (Simões Filho), o traficante Júlio Bomfim  Santana de Jesus, o “Júnior do Gueto”, 32 anos, preso na quinta-feira (31), em cumprimento a um mandado de prisão temporária, expedido pela comarca local. Júnior do Gueto é líder comunitário no bairro Cristo Rei, tem músicas gravadas em CDs independentes de Rap e de “Pagode Groovado” e pode ser visto em videoclipes postados numa rede social.

Ele foi apresentado à imprensa, na tarde desta segunda-feira (4), pela diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), delegada Heloísa Campos, e pelo titular da 22ª Delegacia Territorial (Simões Filho), delegado Adaílton Adan, que coordenou às investigações que levaram a sua captura. Considerado de alta periculosidade, conseguiu se eleger líder comunitário, mantendo sob ameaça constante os moradores locais.

As investigações apontaram que, em julho do ano passado, a quadrilha comandada por ele invadiu um sítio em Simões Filho, subtraindo bebidas, televisores e uma motocicleta, pertencente a João Maleck, assassinado durante o assalto. Júnior do Gueto também é suspeito de roubos a estabelecimentos comerciais e assaltos a transeuntes.

É atribuída também a sua quadrilha a morte de Carlos André Viana Calmon Júnior, morto a tiros por se recusar a entregar uma corrente de prata. Ele é suspeito ainda de ordenar um incêndio a uma residência que vitimou duas crianças, uma de quatro e outra de cinco anos.

Ederaldo Passos das Virgens, o “Deraldo”, e Márcio dos Santos da Paz, o “Marsuca”, comparsas de Júnior do Gueto, foram executados pela quadrilha a mando do traficante, como queima de arquivo. Outros quatro homicídios relacionadas ao tráfico de drogas, ocorridos na área entre os dias 31 de janeiro e 5 de fevereiro, estão ligadas a Júnior do Gueto.

De acordo com o delegado Adaílton Adan, uma das composições do traficante, postada no Youtube, bem como outros clipes de músicas cantadas por ele, relata o assalto a um carro-forte, em Salvador, e por isso será ainda indiciado por apologia ao crime.