Chapada: Possibilidade de asfaltar estrada da sede de Palmeiras ao Vale do Capão divide população

O governador Rui Costa anunciou o plano de asfaltar o caminho de Palmeiras até a região dos Campos, onde fica a entrada para a Cachoeira da Fumaça.

A população do Vale do Capão, na Chapada Diamantina, tem ficado dividida em relação a possibilidade de asfaltamento da estrada que liga o povoado até Palmeiras, cidade-sede. Um público acredita nos benefícios para as comunidades com o asfalto, já outro público aponta que a obra significaria o aumento da exploração turística no local, o que segundo essa parte populacional, prejudicaria o meio ambiente e a cultura da região.

A via é antiga e tem uma forma de acesso precária da estrada de terra, ocasionando dificuldade no transporte e no abastecimento do local. E o governador Rui Costa, anunciou no último sábado (3), na Chapada Diamantina, o plano de asfaltar o caminho de Palmeiras até a região dos Campos, onde fica a entrada para a Cachoeira da Fumaça. De lá até a Vila, parte central do povoado, o caminho seria feito de paralelepípedo.

Alguns moradores apontam necessidade de uma melhoria na mobilidade e transporte para a população de Caeté-Açú, como o povoado também é chamado. Contudo, para um residente local, a estrada seria para beneficiar o interesse de empresários que pretendem transformar o paraíso natural em investimento, o que ainda de acordo com ele, destruiria os interesses ambientais.

Para outro morador, “a humildade deu lugar à ganância” na região, pontua. Ele aponta que algo inegociável seria a estrada ser feita de forma ecológica, para não prejudicar a fauna e flora local.

O residente afirma que a proposta é válida, mas precisa existir uma contenção do fluxo de pessoas. “O Capão, na verdade, precisa de um projeto e muito investimento antes de pensar em trazer mais gente”, opina o agricultor e suíço Lars Rellstab, 53 anos.

Já quanto a questão de saúde, para alguns moradores o lugar isolado e o ruim acesso são prejudiciais, visto que o Capão possui apenas um pequeno posto de saúde. Além disso, a corretora Betânia Rodrigues, 39 anos, pontua que a estrada pode mudar o público que atualmente visita e mora em Caeté-Açú.

“Atualmente, a maioria das pessoas que vem até aqui e que compram terras, são pessoas que buscam esse ambiente mais rústico e pretendem morar aqui. A chegada da estrada pode significar a vinda de pessoas mais ricas que buscam esse contato com a natureza, mas sem abrir mão do conforto do mundo moderno, como já acontece em cidades como Lençóis e Mucugê, que possuem uma infraestrutura mais robusta”, analisa a corretora. Jornal da Chapada com informações do texto base do Correio 24h.