A Aids tem prevenção por isso é importante se cuidar
2 horas e 18 minutos
Foto: Reuters / Direitos reservados
Por Cleusa Duarte
A AIDS, doença crônica que danifica o sistema imunológico e a capacidade do organismo de se defender contra outras infecções, teve o primeiro caso registrado no Brasil no início nos anos 80. Temida nas décadas seguidas, levando gente famosa em todo o mundo, aos poucos tratamentos mais avançados foram surgindo e o número de mortos foi diminuindo. Porém todo o cuidado é sempre necessário para evitá-la. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), somente entre janeiro a julho deste ano foram notificados 778 de HIV, 337 de Aids e ocorreram 257 óbitos pela doença em toda a Bahia.
A sigla AIDS significa síndrome da imunodeficiência adquirida (acquired immunodeficiency syndrome em inglês). Em 2021 a Bahia registrou 2.241 casos de HIV e 969 casos de Aids e 672 óbitos. Na Bahia, segundo a SESAB, o tratamento do HIV é realizado em Serviços de Assistência Especializada (SAE), responsável pela assistência ambulatorial às pessoas vivendo HIV/Aids e Hepatites Virais. O estado dispõe de 46 SAEs que integram a rede assistencial que se articulam com a Atenção Primária e Terciária. O hospital da rede estadual referência para o tratamento da AIDS é o Instituto Couto Maia. Em Salvador, na rede estadual o tratamento ambulatorial é oferecido no Instituto Couto Maia e no Centro Estadual Especializado em Diagnóstico de Assistência e pesquisa (Cedap).
“O Estado fomenta a intensificação de ações estratégicas de prevenção (Profilaxia Pré-Exposição, Prevenção à Transmissão Vertical, Imunização a Hepatite B e HPV, utilização de preservativos), vigilância à saúde (testagem regular para HIV, outras IST e Hepatites Virais) e tratamento (Profilaxia Pós Exposição, tratamento a todas as pessoas vivendo com HIV/aids e diagnóstico e tratamento de todas as pessoas com IST e Hepatites Virais). O tratamento é todo feito à base de antirretrovirais, definidos conforme protocolo médico, após avaliação do paciente. Toda a medicação é distribuída pelo SUS”, informa a SESAB.
Instituto Couto Maia é a referência para o tratamento da doença no Estado | Foto: Carol Garcia/GovBa
Detectada em seres humanos desde 1981, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), doença causada pelo vírus HIV, ainda não tem cura. Há, contudo, duas medidas profiláticas que atuam como fator de proteção contra a infecção, com indicações precisas para cada caso. Uma delas é a Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP) e a outra, mais atual e menos conhecida, é a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP). Ambos os esquemas estão disponíveis na rede pública de saúde, gratuitamente.
Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP) Mais conhecida da população, a PEP é indicada a qualquer pessoa que tenha tido relação sexual consentida e desprotegida, seja por rompimento e escape do preservativo ou opção deliberada pelo não uso; pessoas vítimas de violência sexual; e profissionais da área da saúde e outras pessoas que tenham tido acidente ocupacional com instrumentos perfurocortantes (agulha de seringa, por exemplo) ou contato direto com material biológico, mesmo que não tenha certeza se é, ou não, uma amostra infectada.
Já a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), ao contrário da PEP, não se trata de medida emergencial, mas preventiva. Ela consiste na tomada diária de duas drogas: tenofovir e emtricitabina, em um único comprimido, com o objetivo de preparar o organismo para um eventual contato com o vírus HIV.
A infectologista Juliana Correia explica: “É importante destacar que a camisinha é uma das maneiras mais fáceis de se prevenir contra o vírus HIV. Mas com o avanço da ciência foram surgindo medicações para tratamento do HIV e que também são utilizadas para a prevenção daqueles pacientes de risco, expostos ao vírus. Temos dois tipos de prevenção: a PrEP, profilaxia pré exposição, a gente lança mão desse tratamento para pacientes com alto risco de ter contato com o vírus HIV, como paciente que trabalham com sexo, homens que transam com homens e casais soro discordantes, ou seja um positivo outro negativo. A PEP é a profilaxia pós exposição. Uma profilaxia que se faz de uso emergencial, quando o paciente teve contato com o HIV, em uma relação sexual com um portador de HIV de risco. Ele tem ate 72 horas para iniciar o tratamento com os antirretrovirais por 28 dias, porem quanto mais precoce iniciar essa profilaxia, ela é mais eficaz”.