Robô com tela e rodas permite que funcionário remoto ‘esteja’ no trabalho

Máquina de US$ 16 mil vem ainda com câmera, alto-falantes e microfone.
Segundo fabricantes, robô dá presença física ao funcionário no escritório.

Uma máquina de videoconferência móvel, chamada Beam, permite que funcionários em outras cidades estejam “presentes” em reuniões. O dispositivo de 1,58 m de altura vem com uma tela de 17 polegadas e é vendido pela empresa Suitable Technologies, de Palo Alto, na Califórnia.

“Isso dá a você a interação casual que você está acostumado a ter no trabalho”, disse o engenheiro Dallas Goecker, falando por meio do Beam. A Suitable Technologies é uma das dezenas de empresas que vendem robôs de telepresença. Essas máquinas de controle remoto são equipadas com câmeras, alto-falantes, microfones e rodas que permitem aos usuários ver, ouvir, falar e “andar” em locais distantes.

Mais e mais funcionários trabalham remotamente graças aos computadores, smartphones, e-mails, mensagens instantâneas e videoconferência. Mas essas tecnologias não substituem a presença no escritório, onde conversas casuais permitem uma colaboração mais fácil. As fabricantes estão tentando preencher essa lacuna com máquinas com rodas, que são controladas por meio de conexões à internet sem fio e que dão aos funcionários remotos uma presença física no escritório.

Apenas um pequeno número de empresas usa esse tipo de robô. Essas máquinas podem ser caras, difíceis de serem navegadas ou ficarem presas em áreas com pouca conexão à internet. “Ainda há muitas perguntas, mas eu acho que o potencial é realmente grande”, disse Pamela Hinds, codiretora da Universidade de Stanford. “Eu não acho que a presença frente a frente está indo embora, mas a questão é, quando o frente a frente poderá ser substituído por esta tecnologia?”

Analistas dizem que essas máquinas – certas vezes chamadas de dispositivos de presença remota – podem ser usadas para muitas finalidades. Elas poderiam deixar gerentes inspecionar fábricas no exterior, vendedores cumprimentarem os clientes da loja e membros da família verificarem parentes idosos. O mercado mundial de robôs de telepresença está projetado para atingir US$ 13 bilião em 2017, segundo Philip Solis, diretor de tecnologias emergentes da “ABI Research”.

O Beam teve seu início como um projeto paralelo da Willow Garage, uma empresa de robótica em Menlo Park, na Califórnia, onde Goecker trabalhou como engenheiro. Há alguns anos, ele se mudou para o estado de Indiana para ficar com a família, mas achou difícil colaborar com os colegas usando os sistemas de videoconferência. Então, Goecker e seus colegas criaram o seu próprio robô de telepresença. O resultado: o Beam e uma nova empresa para desenvolver e comercializá-lo.

Por US$ 16 mil, o Beam não é barato. Mas a Suitable Technologies diz que o robô foi projetado para que o funcionário remoto pareça estar fisicamente na sala: alto-falantes potentes, microfones altamente sensíveis e conectividade sem fio robusta. A empresa começou a vender o Beam em novembro principalmente para empresas de tecnologia com equipes de engenharia espalhadas.

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