O que é Discalculia?

A Discalculia é um distúrbio neurológico que afeta a habilidade com números e faz com que a pessoa se confunda em operações matemáticas, conceitos matemáticos, fórmulas, sequência numérica, contagens e sinais numéricos.

Mesmo associado à Dislexia, o distúrbio deve ser considerado um problema de aprendizado independente, pode ser identificado a partir dos sete anos de idade com o aprendizado dos símbolos específicos da matemática e das operações básicas, que os sintomas se tornam mais visíveis. Semelhante à dislexia – dificuldade com o aprendizado da leitura e da escrita -, a discalculia ocorre em razão de uma falha na formação dos circuitos neuronais, ou seja, na rede por onde passam os impulsos nervosos. Normalmente os neurônios – células do sistema nervoso – transmitem informações quimicamente através de uma rede. A falha de quem sofre de discalculia está na conexão dos neurônios localizados na parte superior do cérebro, área responsável pelo reconhecimento dos símbolos. As crianças com Discalculia não conseguem distinguir rapidamente as diferenças em formas, tamanho, quantidades ou comprimentos. Elas não são capazes de olhar grupos de objetos e dizer qual deles contém a quantidade menor. Algumas têm dificuldade para calcular a distância e fazer julgamentos relacionados a organizações visuais-espaciais.

Elas podem ser excelentes no que diz respeito ao vocabulário de leituras e às habilidades de silabação.

Embora algumas tenham deficiências de percepção visual, essas não interferem com a interpretação da palavra escrita. Entretanto, muitas encontram problemas aos níveis mais altos de compreensão de leitura. Pode ser que as deficiências em integração de certos tipos de experiência não-verbal interfiram com a capacidade para compreender o sentido total do que é lido.

Algumas conseguem soletrar e formular ideias, mas têm déficits de formação de letras e alinhamento adequado na página. A desorientação acompanha a discalculia; não há uma distinção entre direita e esquerda e tampouco um sentido claro de direção. Dificuldade com operações matemáticas, dificuldade para entender valores e conceitos numéricos.

Caso não seja detectado a tempo, o distúrbio pode comprometer o desenvolvimento escolar de maneira mais ampla. Inseguro devido à sua limitação, o estudante geralmente tem medo de enfrentar novas experiências de aprendizagem por acreditar que não é capaz de evoluir. Pode também vir a adotar comportamentos inadequados tornando-se agressivo, apático ou desinteressado. Sem saber o que se passa, pais, professores e até colegas correm o risco de abalar ainda mais a autoestima da criança com críticas e punições. Por isso, é importante chegar a um diagnóstico rápido, de preferência com a avaliação de um psicopedagogo e neurologista para começar o tratamento adequado.

Os problemas mais frequentes que podemos observar são:

Confundir os números;
Invertê-los;
Escrever os números espelhados;
Dificuldade em compreender números do sistema Decimal;
Dificuldades em aprender regras, contar de trás para frente;
Números em ordem crescente e decrescente;
Dificuldades nas habilidades Visuoespaciais, rotas, mapas e orientação;
Dificuldade em aprender e cumprir horários;
Dificuldade em lidar com quantidade de dinheiro;
Dificuldade em abotoar, passar laço no tênis, etc.

O tratamento será enfocado em encontrar a causa, e aplicar o mais rápido possível uma atenção individualizada e específica sobre os conceitos aritméticos, por parte de um psicopedagogo. É conveniente intervir quanto antes para que não aumente o problema nas séries escolares subsequentes.