Empresa americana investe em projeto que pretende ressuscitar 20 pessoas

Foco desta primeira etapa é reverter mortes cerebrais; mas CEO de empresa acredita que recuperação completa é possível

Embasamento do projeto é capacidade de outras espécies, como peixes, de regenerar cérebro
Twitter/@IraSamuelPastor/Reprodução

Embasamento do projeto é capacidade de outras espécies, como peixes, de regenerar cérebro

Uma empresa americana pretende descobrir a fórmula para trazer pessoas de volta à vida.  A Bioquark Company, uma organização de biotecnologia do Estado da Flórida, no sul dos Estados Unidos, conseguiu autorização para iniciar a primeira fase de um projeto chamado de “ReAnima”, em que serão testadas formas de reverter lesões cerebrais, uma das causas mais comuns de atestados de óbito.

A companhia poderá, a partir de agora, buscar 20 pessoas que tenham morrido recentemente vítimas desse tipo de lesão. Entre os especialistas envolvidos na iniciativa, encontra-se um renomado pesquisador de neurologia, o Dr. Calixto Machado. A equipe vai testar uma combinação de três fatores: injeção de células-tronco, infusões de remédios benéficos na medula espinhal e tentativas de estimular o nervo, medida que já deu certo para tirar pessoas de estados de coma.

Uma das razões que embasam o projeto é a capacidade de outras espécies, como alguns tipos de peixes, de regenerar a atividade cerebral. Além da característica física do ser humano de ter a parada cerebral e continuar com outras funções corporais, como bombeamento de sangue, processamento de alimentos e até dar a luz.

Ira Pastor, CEO da Bioquark, afirma que apesar do foco do estudo ser apenas a reversão parcial da morte cerebral, “a recuperação completa desses pacientes é uma possibilidade. É uma visão de longo prazo nossa”. Comentando a decisão que concedeu a autorização, o neurocientista Dean Burnett, da Universidade de Cardiff, afirma, no entanto, que “por mais que nós tenhamos tido muitas demonstrações nos últimos anos que o cérebro humano e o sistema nervoso podem não ser tão fixos e irreparáveis como imaginávamos, a ideia de que uma morte cerebral possa ser facilmente reversível me parece muito artificial”.

Mesmo com as posições contrárias de outros especialistas, como Burnett, Pastor acredita que a Bioquark terá resultados significativos “em dois ou três meses”. Sobre as previsões para o futuro, o empresário afirmou que em breve a neurociência chegará ao ponto “em que a separação entre coma, coma irreversível e morte cerebral ficarão muito confusas”.

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