Busca por engenharias cresce 52% em três anos

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O número de matrículas nos cursos de engenharia, produção e construção subiu 52% nos últimos três anos, mas a proporção de alunos na área, para cada dez mil habitantes, é três vezes mais baixa do que em ciências sociais, negócios e direito. Os dados são do Censo da Educação Superior 2013, divulgado ontem pelo MEC (Ministério da Educação).

O setor é considerado prioridade pela presidente Dilma Rousseff (PT), dada a alta demanda de engenheiros e técnicos no mercado. Em alguns programas educacionais do governo federal, como o Ciência sem Fronteiras, que dá bolsas a universitários no exterior, as engenharias foram privilegiadas.

Nas áreas de ciências sociais, negócios e direito, são 147,2 estudantes para cada 10 mil habitantes. Já nas engenharias, a proporção recua para 50,6 matrículas para a mesma parcela da população. Comparação feita pelo próprio ministério com a média de 2010 dos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), mostra que essa proporção de estudantes de engenharias no Brasil ainda é bem inferior. O valor registrado entre as nações mais ricas é de 78,5.

O especialista em ensino superior da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Leandro Tessler afirma que não adianta o governo aumentar a oferta de cursos nas engenharias, sem elevar a qualidade da educação básica pública. “Falta melhorar, por exemplo, a formação em matemática para que os jovens possam entrar e seguir em um curso desse tipo”, diz.

Outras áreas

A proporção de matrículas nos cursos de saúde e bem-estar social no Brasil (49 por 10 mil habitantes) também é menor que a média da OCDE (72,7). Esse é outro setor-chave para o governo, que lançou o Programa Mais Médicos em 2013 para suprir a carência de profissionais de saúde nas periferias das capitais e no interior.

Já nos cursos da área de educação, a média brasileira (68,2) supera o registrado na OCDE (55,3). Depois da engenharia, os cursos de Educação formam o grupo em que houve maior aumento na quantidade de matrículas – 3,53% por 10 mil habitantes. Pedagogia ainda domina a área, com 44,5% do total de matrículas. Em seguida, vem educação física (8,9%) e biologia, matemática e história (6% cada um).

Maior procura

Os maiores cursos do ensino superior, porém, continuam sendo administração, com 800 mil alunos, e direito, com 770 mil. Pedagogia aparece em 3º lugar e a primeira colocada das engenharias é a civil, com apenas 3,5% das matrículas no país. Depois, em 10º, vem engenharia de produção, com 2%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.