Homem entrou em prédio dizendo que faria surpresa à esposa antes de matá-la

O delegado titular da 23ª Delegacia Territorial (23ª DT/Lauro de Freitas), Joelson Reis, ouviu nesta sexta-feira (21) o depoimento da funcionária que abriu a porta do prédio para que o corretor Anderson Coelho Nunes, de 36 anos, entrasse à clínica de fisioterapia onde sua mulher, Clarissa Vieira Nunes, trabalhava. Após garantir o acesso, ele assassinou a esposa a tiros e cometeu suicídio na última terça-feira (18).

De acordo com o delegado, a funcionária, de prenome Itana, disse que Anderson chegou no prédio e tocou a campainha de um laboratório, uma outra empresa que fica no primeiro andar e divide o acesso com a clínica Galleria Corpore, onde o crime aconteceu. Ele teria se identificado como marido de uma fisioterapeuta da clínica, que funciona no andar de cima, e dito que estava querendo fazer uma surpresa de aniversário de casamento para a esposa.

“Ela disse que Anderson chegou muito tranquilo e educado, sem nada nas mãos, dizendo que não queria ser identificado por causa da surpresa”, conta Joelson Reis, explicando que o assassino não poderia tocar a campainha da clínica em que a esposa trabalhava porque poderia ser visto através das câmeras de segurança e Clarissa poderia não querer abrir a porta. Ele ainda teria dito o nome do proprietário do prédio para Itana, para provar que não era um estranho.

Mesmo sem conhecer Anderson e nem a fisioterapeuta, Itana permitiu o acesso do homem. Ela afirmou ter ouvido os disparos pouco tempo depois e corrido para o fundo do laboratório em que trabalha. Quando os tiros pararam, ela retornou para a frente a tempo de ver Anderson sair correndo do prédio, entrar em um veículo Gol de cor branca e fugido.

Itana não sabia ainda, mas Anderson havia matado a esposa, com quem vivia há 15 anos, e estava indo cometer suicídio com um tiro na boca, em frente à residência onde o casal morava, no condomínio Albatroz, em Jauá.

Segundo informações da 23ª Delegacia, os dois estavam vivendo separados há pouco tempo e estavam com o divórcio em andamento. A principal suspeita é a de que se trate de um caso de crime passional. O casal tinha três filhas, com idades entre 4 e 13 anos.

Possível testemunha ocular será ouvida
Uma outra funcionária, que trabalha na Galleria Corpore, não compareceu para prestar depoimento nesta sexta-feira (21), segundo Joelson Reis. Ela estaria dentro da clínica no momento do crime e pode ter sido testemunha ocular do ocorrido. “Ela será intimada ainda hoje ou no início da semana que vem. A expectativa é que até a próxima quinta-feira ela seja ouvida”, afirmou o delegado.

O administrador do prédio em que o estabelecimento funciona também foi ouvido pelo delegado, mas este apenas disse que não conhecia bem o casal, mas que aparentavam ser pessoas muito tranquilas, sem qualquer sinal de desavenças.

O corpo de Clarissa foi enterrado na tarde desta quarta-feira (19) no cemitério Jardim da Saudade.

Renato Oselame
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