Estudo britânico aponta que proteção de vacinas contra a variante Delta cai depois de 3 meses

Estudo britânico aponta que proteção de vacinas contra a variante Delta cai depois de 3 meses

Foto: Myke Sena / MS

Um estudo britânico identificou dois novos fatos sobre a variante Delta da Covid-19. A primeira é que as pessoas infectadas com a cepa têm menos probabilidade de transmitir o vírus se já tiverem sido completamente imunizadas com a vacina. Só que a pesquisa revelou também que esse efeito protetor é relativamente pequeno e diminui de forma considerável três meses após o recebimento da segunda dose. As informações são de reportagem da CNN.

A pesquisa teve os resultados publicados na plataforma MedRix, mas o estudo ainda não foi submetido à revisão por pares. De acordo com a CNN, um artigo sobre estas descobertas foi publicado na revista Nature na terça-feira (5).

O estudo identificou que pessoas infectadas duas semanas após receberem a segunda dose da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca, ambas no Reino Unido, a chance de contrair Covid-19 após o contato próximo com um não vacinado era de 57%. Mas três meses depois, essa chance subiu para 67%. Conforme os pesquisadores, este último valor está no mesmo nível da probabilidade de uma pessoa não vacinada espalhar o vírus.

Segundo a reportagem, outro ponto observado foi a redução entre imunizados com as vacinas da norte-americana Pfizer e da alemã BioNTech. O risco de espalhar a infecção pela Delta logo após a vacinação com este imunizante era de 42%, mas aumentou para 58% com o tempo, apontam os pesquisadores.

“Os resultados possivelmente explicam por que temos visto tanta transmissão progressiva de Delta, apesar da vacinação generalizada”, diz o coautor David Eyre, epidemiologista da Universidade de Oxford, no Reino Unido, à Nature.